bate-boca saudável

Longe de mim criar um blog para impor opiniões, doutrinas e ideologias. É fato que quem escreve sobre assuntos polêmicos deve assumir uma posição e defendê-la arduamente, considerando as contra-argumentações recebidas como fonte de repertório e não de possíveis desavenças. Todos que se interessarem são bem-vindos

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Alegria: as bruxas continuam soltas...

Quando Mario Sérgio Cortella, em "Não nascemos prontos", fez um brilhante ensaio filosófico e o entitulou 'Alegria: as bruxas continuam soltas...' se deteve a expor as mazelas de um mundo extremamente célere, materialista e racionalista. O título remonta um cenário na idade média em que eram considerados 'bruxos' os que preservavam tradições ritualísticas que não condiziam com as práticas católicas. Eram perseguidos e , com consentimento dos cidadãos, que tinham seus juízos induzidos, mortos - geralmente as execuções aconteciam em praças públicas, os autos de fé, que contribuíam para a intimidação popular. Tinham muita legitimidade por propagarem virtudes, príncipios e valores; no entanto, pedófilos, frequentadores de prostíbulos, estelionatários - já que cobravam dízimos e indulgências para garantir um lugar no "céu" - eram em grande número constituintes das dioceses. Isso transposto a conjuntura atual parece muito com o discurso dos militantes esquerdistas. Doutores em aparentar ser, arrecadam votos de cabresto pelas esmolas públicas e restituem os autos de fé nos debates políticos, quando ameaçados por uma oposição mais entendida - e as demagogias massificantes garantem o sucesso dos inquisidores. Suas propostas humanitárias e comunitárias, além de falsas, mesmo no papel confundem o imaginário com o real: o povo acostumado em transgredir as barreiras da abstração (novelas, programas de auditório), as muitas idéias que não podem se materializar - bastando conhecer o mínimo sobre a filosofia platônica e suas discidentes, tem-se claro que poucos conceitos podem se constituir integralmente e nenhum por meio das matemáticas - acabam ganhando fôlego pela alienação social. O problema é que as bruxas estão se extinguindo; nem mais caladas mas cansadas.

domingo, 7 de março de 2010

Classe C , graças a Deus.


A competitividade aumentou - e muito. Lógico que a tecnologia induz facilmente ao desemprego estrutural, assim como a crise fez ressurgir o tão esquecido desemprego conjuntural. Mas o fator preponderante da corrida empreendedorista se dá a partir das políticas sociais aplicadas no atual governo. Essas que já foram consideradas pelos reacionários enfermidades por enrustir, de forma efêmera e ilusória, a miséria e a precariedade , através das migalhas do Estado. Hoje , no entanto, agrada a todas as vertentes políticas : a esquerda comandante se alimenta dos votos de cabresto - ou seja, arrecada o consentimento do povo por meio da mamata no fim do mês, mais conhecida como bolsa assistencialista; e a direita vê se establizar e se alia a uma tacocracia, cada vez menos questionada, que institui uma concorrência mercenária - nas universidades, indústrias, empresas - , mas que faz o mercado supervalorizar e o capital ser exclusivo sustentador do consumismo. Daí a classe C, como dizem os especialistas. Emergentes, eu diria. São aqueles que não se acomodaram no colo estatal - por falta de opção ou astúcia, tanto faz - e disputam um espaço no agora mais compacto mercado de trabalho. Cursos técnicos, profissionalizantes ou de licenciatura são os mais procurados - rápidos e práticos, de acordo com a conjectura atual. Não há mais tempo para faculdades longas, pesquisas abstratas; todas as células precisam estar , ininterruptamente, em contato atmosférico; sem se vincular ao mundo metafísico, as ações automaticamente se tornam materialistas e extremamente racionalistas. Mas, para alívio do governo e para manutenção da boa figura internacional, a classe C continua a enfrentar seus demônios, normalmente caladas pelo deleite da política "pão e circo" da mídia. Portanto, oremos.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Nostalgia energizante.


Epifanias produtivas geralmente vêm das mudanças de ares - viaje,pesquise,leia,mude, que faz bem. Numa dessas conversas de domingo a noite - nesse caso, era terça - , durante a janta, põe-se em voga curiosidades juvenis e nostalgias antigas. Meu ponto não são os detalhes - por mais belos que sejam - , mas um contexto lírico - e não piegas - em que se colocavam os maiores prazeres da vida. Sexo não no sentido físico, psicológico nem químico, mas social. Às vezes, alguns se perguntam quais seriam bons tópicos a serem abordados numa poesia; imagino que esse seria um ótimo. Num mundo em que as leis eram obedecidas por respeito à família ( o que se chama hoje de boa educação ), o acesso díficil ao conforto e praticidade impediam a comunidade de cair na ostentação pífia e conformidade mórbida. Uma história que durou até metade dos anos 80, e que serviu de base para entender uma estória - tão puculiarmente antiga, que caberia naqueles romances atemporais. Como se estivessemos numa noite de carnaval numa capital brasileira, as escolas de samba se preparavam para mostrar enredos envolventes, sonoridade adequada, figurinos exuberantes (não eróticos). Só para constar, isso não é luxúria burguesa; muito diferentemente, é conservação das tradições ritualísticas e valorização das raízes culturais. E ainda: as classes socias eram ainda mais evidentes; sem serem classificadas por ordem exclusivamente econômica, descriminavam-se grupos em que interesses, valores, planos comunmente interagiam e convergiam. Voltando: a rainha do baile era pretendida por vários garotos, que disputavam sua companhia por meio da simpatia com seus pais, demonstrações cavalheirísticas, vestimentas apuradas, e outros. Isso quando a garota se apresentava a sociedade como mulher ( debutante) e , a partir dali, quando se acomodava com o bem escolhido, começava a seção calorosa. Calma lá, não vá imaginar coisas. Funcionava diferente naquela época: a honra de ser selecionado não garantia êxito amoroso. Os encontros eram raros ( por isso esperados, pensados ) e cada movimento tendencioso era maquinalmente efetuado, com precisão milimétrica de espaço, intensidade, tempo; e , o melhor de tudo, era aproveitado a musicalidade do momento, sentido a pressão arterial subir e o sistema nervoso induzir gastrite e suor, degustado da saliva pretenciosa de imaginações pelo simples olhar do joelho, pelo toque das mãos, cheiro do pescoço, ou aproximação interfacial. Depois, é obvio que iam perdurar muito mais relacionamentos duradouros, famílias estruturadas, ...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Veja essa

"Quando comecei a gravar aqueles boletins, comentava com o pessoal da produção: 'Gente, acho que na vida real não é bem assim'. E me diziam: 'Relaxa, isso aqui é novela, é entretenimento'. Então, relaxei."

Camila Morgado, a Malu de Viver a vida, uma comentarista econômica que não prima pela sagacidade.

Veja, 24 de fevereiro de 2010

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Isolamento mórbido


No começo do século XX, em meio ao fervoroso processo de industrialização das metrópoles, um grupo de literatos - depois denominado 2 geração romântica - desenvolveu uma vertente mais intimista, melancólica e , acima de tudo, pessimista no romantismo. Era uma tentativa de amenizar, por meio da literatura, as consequências de uma conjectura turbulenta, competitiva; buscava-se encorajar a comunidade a enfrentar seus demônios, angústias que , antes suprimidos devido a uma demanda obcessiva, vinham a causar sérios transtornos pessoais. Desde então, a procura por analistas - seja psicólogo, psicanálista, psiquiatra - cresceu vertiginosamente na tentativa de apaziguar, deliberar um complexo intrínseco. No Japão, atualmente, entre os homens, estima-se que 50 mil- os hikikomoris -( entre 18 e 34 anos) preferem se enclausurar em casa, vivendo apenas na fantasia dos seus games, a fim de evitar contato com um exterior demasiadamente célere e usurpador. Não precisa ir muito longe para ver os efeitos dessa tacocracia. No Brasil, o número de solteiros se multiplicou; geralmente jovens e adultos reclusos em apartamentos - verdadeiras fortificações para proteção contra os escombros modernos ou, como se diz, violência implácavel - preservam uma rotina compensatória à rescisão social, relacionamentos efêmeros e um pouco das atrações descontraídas ( na verdade, erotizantes) urbanas. As famílias - as que ainda não se desmantelaram - não conseguem manter um convivío, se perto; nem os ritos tradicionais, se longe.Não tem mais Páscoa, Natal. Isso porque ainda há familias; daqui a pouco serão só grupos, clãs com interesses convergentes. É um por todos e todos pro inferno.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Metalingüagem, com trema mesmo



Quando Platão , em "A República", criticava os poemas histórico-românticos de Homero, e mostrava-lhe a distorção que fazia em suas obras, dividiu-se, finalmente, os dois hemisférios, anteriormente mal conectados : o mundo sensível e o mundo inteligível. No começo, apreciara-se essa descoberta como meio de se obter a essência das coisas, a verdade efetiva dessas mesmas - posteriormente denominada por Descartes ; enfim, esboçava-se a ciência. Como os filósofos, segundo Olavo de Carvalho, orientam suas teorias com base na crítica de seus antecessores, o universo dos pensadores se fragmentou. A linguagem, no entanto, permaneceu naturalmente sendo usada por todos a fim de demonstrar os estudos feitos. E ela , mesmo que poucos se sintam confortáveis com isso, pode assumir várias funções em diferentes textos. A produção mais abstrata ,por sua vez, aproveitou mais essa flexibilidade linguística. Os processos verbais e não verbais, em linhas gerais, distanciam-se na formalidade; porém, no fim, aconchegam-se entre a mente e a alma : ás vezes pelas nuvens; outras, pelo fogo ardente. Esses encontros surgem da capacidade metafísica das letras ou desenhos; remontam os outros 4 sentidos, as sensações, desejos, sentimentos no ethos - palavra grega que traduzida como " o mundo inteligível". No campo dialético, a maleabilidade das palavras , sempre influente, fez germinar diferentes clãs com forte potencialidade de brotamento. Os céticos - grupo de "pensadores" que duvidavam de tudo - usavam da imprecisão, recorrente no estudo imaterial, pois acreditavam ser impráticavel aprofundamentos filosóficos. Já os sofistas - conhecidos pela arte de convencer sem ter razão - , esses sim, manipularam mais profundamente as nuânces da escrita a seu favor; maleabilidade sintática, sêmica, foram recursos amplamente utilizados pela sua erística.

Adaptação ou substituição?

"Não troque as bolas!". "Não ponha os pés pelas mãos". São expressões antigas ( mas atualizadas) que traduzem o contexto sociocultural do século XXI - porém, parece estar se diluindo. Na própria língua é dose, mas há. Agora o povo manda no idioma. Democrático não?! Ladainha, poxa. Há especialistas, profissionais que trabalham nesse campo do conhecimento e deveriam se impor, aplicando regras que convém com a logística da ciência, em vez de se submeter ao bate-boca popular. Ninguém tem que usar a norma culta da língua numa prosa de bar; mas não se pode expremer ,no dicionário, significados em palavras que já possuem seu "locus" específico ( como o caso do artigo "Arte: quase que sem artistas" ). Gostei da moda, da música ( mesmo sendo piegas e repetitiva), que adaptaram suas raízes de forma original. A literatura ( graças a deus , salva da 1 geração modernista), o cinema ( mesmo abobado com os efeitos especiais e desnorteado da exploração mental) também resolveram dar valor a historicidade.Existem coisas que não se alteram - ou não deveriam ser modificadas -, estão perfeitamente estáveis. Coerência, palavrinha mágica do dia. Vai ver é uma época boa para entrar nesse ritmo: agora, menos tóxico.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Quero festa, alegria, diversão e não carnaval.

Até tem como ficar parado resmungando, reclamando, criticando; no entanto, o que da vontade mesmo é de sair na gandaia, cair na folia e aproveitar tudo que a data tem de especial. Lógico que o carnaval nos propicia tudo isso; evoca festas tradicionais, promove o desapego às diferenças socias, além de fornecer forte energia vital ao ambiente.Porém, os tempos mudaram e o carnaval, infelizmente, também. Tava perfeito já, era aquilo mesmo que se deve propagar : amizade, solidariedade, paixão; tudo envolvido por uma forte confraternização. A droga é esse modernismo excessivo; entorpece todos, desde os organizadores do evento até os participantes. Que deixem as mulheres peladas para as revistas e programas televisivos ( já que não tem mais como evitar ); as "celebridades" midiaticas que fiquem atrás das telinhas, pois essa festa é do povo ( mesmo que esse não tenha consciência disso; até porque só se dão conta tarde ). Quero as fantasias, o folclore, as danças. O mundo inteligível pede; a cultura implora.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Arte: quase que sem artistas.

O que me leva a crer que esse é um assunto interessante foi a própria mídia. Inspirada na "cultura" moderna, que vangloriza os falsos criadores, ela comporta diferentes vertentes , dentre revistas,jornais, internet, etc - gostei disso. Outrora li uma crítica a essas revistas de fofocas sobre as denominações que davam as suas "celebridades" : artistas. Ora, artista é quem cria; não que todos não saibam seu lugar no cosmos, mas , no geral, reproduzem seus scripts, fantasiam-se ou viram fantoches das câmeras. Os infortúnios não acabam por ae; mas prefiro esperar para ler outros desses. Pena que a verdadeira Arte ficou para os mais afortunados; ela sempre foi bem quista pelos que refletem, discutem e agonizam. Quem sabe foram tomados pela onda tecnológica; dessa vez, numa velocidade mais que digital.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Silogismo.

Num campo bem mais abstrato, na filosofia, há um pensamento lógico - o silogismo - que busca afastar qualquer sofisma - uma mentira mascarada de verdade - do raciocínio e revelar a verdade. No mundo dos competidores acontece parecido. Detenhamo-nos ao vestibular. Alguns o veêm como uma prova estúpida, uma etapa desnecessária, pois quem faz a faculdade é o aluno, e então qualquer uma serve. Outros preferem se ludibriar: "- as universidades públicas já tiveram seu prestígio; hoje, o estudo científico privado é que detém as ferramentas mais modernas". E ainda há aqueles que não sabem o que querem da vida; deixamos eles para trás. Bom, mas não é bem assim. Considero-me uma exceção. Por acaso, mas deu certo. No auge da puberdade mais incisiva (15 anos) surgiu-me a oportunidade de ir buscar "longe" - numa cidade maior - um estudo mais eficiente. A priori, tudo era festa : conhecendo novas pessoas - por mais que os curitibanos fossem mais fechados - e podendo curtir o "sonho brasileiro" de morar sozinho. Não mais que um ano se passou, e eu e os meus colegas curitibanos conhecemos um mundo agitado, misterioso, sinuoso : o Vestibular. As pessoas literalmente viviam para aquilo. Era uma sensação díficil : no suspiro das salas de estudos saía parte do vapor fervoroso dos cérebros e as milhares de folhas lidas, reescritas e sublinhadas pareciam ter sido excretadas depois de uma forte digestão.Ninguém podia se dar o luxo de se desvirtuar desse caminho. Uma vez dentro, era preiso absorver cada aula de segunda à sábado , tomando a manhã e tarde inteiras, mesmo que mais tarde fosse preciso ter aulas particulares, o que é comum. A grande maioria tem muito dinheiro; não se trata do valor material. Poucos dos que entram na verdadeira batalha são tolos, sabem que o assunto das refeições vai ser sempre o mesmo; e a conversa não tem fim. Nem essa nossa conversa tem. O desfecho deixo para imaginação, devido a peculiaridade do momento. Só posso dizer que é importante estudar, trabalhar, conviver em um ambiente de lutadores. Se encontrar um lugar desse, vá, não hesite.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Poluição audiovisual

Frequentemente, surgem nas ruas as famosas campanhas políticas. Têm um certo êxito com os menos antenados, mas pouco. O que me chama atenção é que essas "passeatas" viraram moda; pior, ultrapassaram vários limites. O velho problema das crendices. Num desses desfiles, apareceu uma entidade religiosa. Apresentação a la Mc Donalds: vermelho e amarelo como destaque, cores fortes e quentes para despertar a atenção da massa. Os mercenários - ou publicitários, como queiram - divulgavam a infra-estrutura dos palácios em que são feitos os cultos e o tamanho do contingente nacional que aderiu à instituição. E o alerta típico : - Salve-se do Inferno!. Só faltavam oferecer desconto no dízimo; a transformação de religião em mercadoria já está quase consolidada. Para os que sucumbem: meus pêsames.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Edições ilimitadas.


Ninguem nunca se viu longe das tais estórias românticas. Antes mesmo de qualquer escrita ser inventada, estórias foram contadas e recontadas diversas vezes. Algumas até chegam até nós; poucas, hoje a tecnologia tenta erradicar algumas dessas tradições - e consegue. Mesmo antes do romantismo, os folhetins já existiam, mais elitizados , por certo. E hoje, depois da tal escola literária ter popularizado os textos, esses romances são muito atuais. O meu foco é esse. O principal representante dessa literatura : as novelas. Ah, mas nada como José de Alencar, Byron, Goethe, né? Claro que não. Elas só "tentam" representar; mas a platéia ainda aplaude. Daí a causa do artigo. Nenhum problema em se ler, assistir uma ficção; pelo contrário, às vezes é bom se desvincular um pouco da turbulencia cotidiana. Mas quando se sabe que o que está lendo vive no imaginário; tem vida na alma e tudo aquilo que há de mais intrínseco. No entanto, a novela não corrobora com essa linha de pensamento. Nem se disfarça mais o verdadeiro objetivo das telenovelas : propaganda. Por vezes, mais explícito, como a merchandising. Noutras, as estórias mirabolantes, fantasiosas e ilusórias acontecem na "vida real"; ou melhor, distorce-se a realidade para que elas se encaixem. Quem não consegue dividir o céu da terra e entra nessa viagem só encontra decepção. Não é saudável ; não se faz um passeio em meio ao coração e a mente; mas tenta-se se encarnar as realezas nas torres de marfim. Objetivo: alienar as pessoas dos problemas que convivem; e quando se cae na real, o tombo é mais doído. Bem mais. Deixa marcas; mas o povo não quer parar de se drogar. Não se acabam mais - e não vão.

domingo, 24 de janeiro de 2010

A obra.


Construir um país é como fazer uma obra, basicamente. Dentro da minha ignorância, é facil perceber os pilares, armações; enfim, a arquitetura da obra. As máquinas da construção são mais escondidas; ficam nos bastidores - tem menos comprometimento. Por último e não menos importante, os dirigentes. Engravatados ou não, trabalham com o mais abstrato; têm, por certo, a obrigação de garantir a competência, eficácia. Perfeito, esclarecido isso, vamos à questão. Desenvolvimento. O que isso acarreta no social me interessa - e muito. Todas as peripécias das nações refletem na comunidade, só que de forma mais prática. As revoltas do povo, nesse mesmo plano, são intrigantes. As greves sindicais, por exemplo, têm a face marcada por rebeldia nos países desevolvidos. De uma forma geral, os nativos são mais especializados e organizados; mas uma multidão de estrangeiros se oferece por pouco - quase nada. A empresa (máquinas) recorre ao Estado (dirigentes) , e, num acordo bem neo-liberal, varrem os injúriados para debaixo dos escombros. Ruim?! Conhece o Brasil? Então, peguei esse para representar os subdesenvolvidos. No hesmifério norte, os pilares de sustentação têm mais força e acabam passando por cima de alguns valores. Já no hemisfério sul, ao ouvir-se o eco dos discursos eco-românticos, anti-opressores, anti-discriminadores, anti...(?), as estruturas se abalam fortemente. E funciona assim: louva-se as greves, palestras libertárias a fim de salvar o povo da opressão burguesa. As empresas perderam força; o Estado , que tem funções específicas, se confunde com o operariado, tem sua mentalidade - literalmente. Isso prova que rever os conceitos mais básicos de uma construção ajuda a evitar desmoronamentos.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O valor da cidadania


Em homenagem a uma pessoa com quem converso , decidi fazer esse artigo. Talvez em outros textos, dei a entender que sou um pessimista ácido. Não, estou aqui para mostrar o pouco que falta, às vezes, para desmistificar certas questões. Esse é o ponto. Nada mais , nada menos que uma pedagoga veio me mostrar que nem tudo está acabado, só não pode parar. Crianças até a primeira série, segundo ela, devem ter uma noção boa de leitura e escrita. Da segunda para terceira precisam aperfeiçoar seus textos. Trabalho mais do que complicado, porque os que acompanharem os alunos depois dependem disso. Aliás, talvez falte isso. Dois pontos a levantar. Um depende do outro e se andarem juntos só tendem a triunfar. Essa professora me mostrou que as barreiras que impedem as crianças de se interessarem são formadas pelos pais ou pelo próprio espaço em que vivem. A psicologia sistemática, a mim apresentada, consiste em conciliar a vida familiar e escolar do aluno. Ou seja: os pais participam das atividades e tem capacidade de julgar sua competencia. O espaço, por sua vez, é combatido com outra arma. Aquela que nos passa despercebida e é mal vista: a cidadania. Todos criticam os "falsos direitos e deveres", dizem que só servem para preencher papel; de fato, esses rasbiscos são simbologias, que devem ser postas em prática. Bom, é esse o objetivo que a educadora almeja alcançar : formar bons cidadãos. Quantas pessoas procuraram ler sobre essa questão? Poucas, quase nenhuma - eu também não. Mas ela deu um banho. Convidou os alunos a "multar" os pais , caso esses não cumprissem seus deveres; os responsáveis ( ou irresponsáveis?) sentiam vergonha; os alunos, emoção, tinham o poder da virtude em mãos. Finalmente, os pestinhas tinham liberdade de usar toda sua energia, aprendendo as leis morais e construindo valores próprios. Quando abriu-se um "clube da poesia", todos se interessaram, queriam se expressar, refletir sobre a vida que levavam. Venham estragar essas crianças com essa burocracia apostilada e materialista, venham. Covardes. Queria poder estar nessa turma.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Complexo dos jegues.


Aproximam-se datas importantes para mim... Hora de falar um pouco do meu mundo. Soa-me estranho ver pais engenheiros, médicos, advogados educarem mal seus filhos; todavia, acontece. A culpa não é dos "pestinhas", não mesmo! Se eles tiram 10 na prova, leêm um livro dificil, se interessam num trabalho recebem um baita abraço, uma mesada maior, mais tempo para se "divertir". Mas quando ganham um campeonato esportivo, uma gincana são elevados a mestres, merecedores de um imenso jantar e do videogame de ultima geração. E porquê? Claro que esportes são importantíssimos não só para saúde, mas para interação com os colegas; porém, não ganham nenhum pouco das conquistas intelectuais. Deviam saber os bem-sucedidos pais, que - na maior parte das vezes- investiram noites em claro , debruçados em livros para se estabelecer profissionalmente. Apesar disso, em vez de estimularem os filhos a já se prepararem para a grande concorrência da vida, preferem divinizar e alongar os minutos de "fama" do "filhotinho", que, várias vezes, está em dívida com as obrigações escolares. O Bullying, resposta a essa distorção dos méritos, geralmente acontece com quem não é apto a prática de exercícios físicos , não tem o corpo estereotipado da televisão, ou prefere se deter a atividade intelectual. No último caso, são denominados "nerds". Se for os três está perdido nas relações sociais na escola. Até por parte dos professores, que, se não se adaptam aos valores "modernos", recebem um tranco da direção, ameaçada de perder o aluno. É, não acaba por aí. Eles usam toda a imaginação e energia para dar um "jeitinho" de passar de ano e triunfar nos esportes, enquanto as "gatinhas" e os respectivos pais aplaudem de pé a atuação do prodígio jegue. Elas estão mais preocupadas com o salto alto, a sombra e o blush. Pequenos, pequenos. São pequenos sim, mãe e pai, mas diversão tem limite. Depois não exijam que passem no primeiro vestibular. Todo conhecimento precisa de um longo processo de reflexão e sedimentação.

domingo, 17 de janeiro de 2010

A verdadeira simplicidade.

Demorei a postar; estava viajando com um amigo meu. Aliás, que grande viajem! Na mais pura harmonia do sossego, vi-me dentro de uma família diferente, mas não menos especial. Dentro desse contexto, observei pessoas mais simples, outras mais abonadas. Apreendi-me nas mais simples. Num hábito sertanejo, acordam lá pelas 6 da manhã; distribuem na mesa os doces feitos na tarde passada; apreciam o dia como se fosse único, ao lado de um chimarrão quentinho. Mas nem tudo é uma maravilha árcade. Após um almoço bem brasileiro, deliciam-se - agora com mais vontade - das peripécias na televisão. Não que os filmes, programas de rádio, ou sites não influenciem nas nossas vidas, mas a programação televisiva comum é campeã. Não que os abonados não se deixem levar por essa onda (ver artigo anterior), mas alguns se salvam - ainda. Não há escapatória na lista dos canais.Eles nos enfeitiçam: cores e sons estimulantes despertam a atenção da massa; as imagens, por sua vez, garantem o toque mais sútil da hipnotização. Os corpos esbeltos, com músculos torneados à mostra - sempre à mostra - preenchem o palco da tragédia. Os rostinhos sorridentes, cheios de botox e implantes, protagonizam a apresentação. Salvo os jornais e cia, que fazem parte de outra questão, os programinhas (auditório, telenovelas...) mostram as nossas crianças a "felicidade moderna". Banalizam a situação gay, os valores religiosos, os costumes mais tradicionais, por exemplo, - isso, em vários deles -. Propagam que a realização eterna está nas orgias e fantasias sexuais; criam o mundo opressor , preconceituoso para esconder assuntos mais sérios, e que, no fim, consegue se consertar, se adapta as maravilhas do século XXI- como podemos, obviamente, ver, não é mesmo?. Tudo - e é tudo mesmo - besteira. Pior: os adultos não escapam mais. Gozam das piadas e palhaçadas, que germinam, na grande parte das vezes, da desgraça ou ignorancia dos outros. E não é dificil de saber de onde vem tal ignorancia. Não basta saber da nova geração dos celulares, das comidas rápidas sem ter um conhecimento prévio das questões que regem a sociedade. Ou seja, uma informação pode se transformar num projeto alienante, quando não se é apto a julgar, criticar, decifrar, aproveitar o mundo.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A onda revolucionária

Vai e vem numa maré alta e avassaladora. Não deixa que ninguém se segure no seu locus ; é uma lavagem cerebral. É das novas tendências de que estou falando. A rebelião homossexual é um exemplo disso. Hoje ser gay não é apenas ter outra opção sexual. Alguns fazem questão de divulgar suas experiências, usarem roupas diferentes, ou ,até mesmo, protestar. E é um tipo de reivindicação contraditória: protestam contra as leis, costumes "preconceituosos" de hoje, e exigem ter direito de matrimônio entre homossexuais, cortejo extremamente tradicional. Esses espalhafatosos queimam o filme dos que têm sua honra e não precisam desse bafafa todo para serem felizes. Bom, entremos agora num clima mais político. O governo atual é o mais responsável por esse avossoro que vivenciamos. As propagandas petistas são todas populistas e demagógicas. É fato que o Bolsa Família diminuiu a miséria, aumentou o poder de compra e salvou vidas em todo o Brasil. Agora me digam: essas pessoas mudaram de vida? As próximas gerações vão viver de migalhas do Estado como sempre? Bom, isso já basta. E o que a divindade eneadáctila quer com um filme próprio? Revelar seu caminho para que esclareça melhor quem ele é? Ridículo. Esse filme nada mais é que um romance romântico da 2 geração romantica- fase em que predominou a exaltação do sentimento- ; na política, demagogia. Deixando o melhor para o final. O império dos sem-terra já ta formado. No decorrer do ano, foi uma exibição da união entre a esquerda e o MST: presidente Lula usando o chapéu vermelho para "pacificar" os rebeldes; governadora do Pará é indiferente com as invasões no seu estado. Eu não sei se tem ainda o que fazer.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Tentando mudar o passado: estragos no presente.

Eu não vim aqui para discutir problemas políticos insolúveis como eu já havia citado; porém, certas questões socias são discutidas num parlamento despreparado para direcionar alguns fins. Hoje, por exemplo, os petistas - representantes da esquerda- querem revêr a lei da anistia. Querem que os torturadores paguem pelo o que fizeram no regime militar, declamando discursos demagógicos nas assembléias. No entanto, esquecem das milícias esquerdistas de oposição, como a Araguaia, em que Dilma Roussef - candidata a presidência pelo PT- foi uma guerrilheira de destaque, participando até de assalto a bancos estatais. Agora, num plano mais abstrato. As cotas universitárias- deus nos salve nos concursos!- é reflexo da moralizaçao mais hipócrita advinda do palácio do planalto. Cada vez piores justificativas: uns definem como "compensamento" da escravidão, no caso dos negros; outros, da pobreza dos estudantes de escola pública. Eu, sinceramente, não sei qual das duas é pior. Tentam "tampar o sol com a peneira". Ou seja, devido a decadência dos colégios estatais, e a ineficácia na preparação destes para os vestibulares, dá-se mais chance aos mais pobres, vagas exclusivas a quem se ve prejudicado pelo governo. Palhaçada. Vão consertar o estrago que vem desde 1985, em vez de discriminar estudantes pela sua situação socioeconômica ou cor. Vai ver se isso mede conhecimento e competência, seus tolos.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Os falsos diplomas.

Ah, eu sonhei com um tema para escrever, mas hoje visitei a minha avó em Blumenau, e me fez refletir sobre certas coisas muito relevantes nesse momento da minha vida. Esses universitários, ah, eles me irritam. Andam com os narizes empinados, contando as suas expriências científicas; não sabem qual é a verdadeira formação pessoal. Por sorte, alguns tomam uns "tapas" nos estágios e caem um pouco no real. A maioria, entretanto, sae galopando dos campus em busca de trabalho fácil, bem remunerado, de pouca carga horária; se acham príncipes e princesas, e quando põem os pés para fora do castelo gritam correndo para os pais, ou o mercado de trabalho se vinga dessa futilidade. Bom, mas voltando para minha avó. Hoje, 74 anos, passeia pela cidade, resolve questões bancárias , faz as compras da casa, vai ao médico; tudo de ônibus, sem contar que possui carteirinha para passe livre de transportes coletivos e para descontos na farmácia. Não, caro leitor (a), isso não é tudo. Essa senhora cuida da casa de forma impecável, lê revistas , assiste jornais , e ainda tem tempo de lembrar do filho e dos netos. Agora, diga-me leitor (a), tem cabimento um boca aberta desses - que não sabe nem arrumar a cama- menosprezar pessoas mais velhas, que, segundo eles, são lerdas, de pouca energia, não servem para suas orgias intoxicantes? Não conhecem, coitados, as virtudes, os príncipios e os valores que regem o cosmo. Pior, como mandar um infeliz desse ler um livro, se não tem capacidade de ver além dum diplominha, investigar seus sentimentos, ou explorar suas idiossincrasias. Vergonha, vergonha! Algo me diz que a juventude já foi respeitosa e soube se aplicar na sociedade.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

As culpadas!

Nas festas de fim de ano, nas férias de verão, as famílias costumam sair da cidade, mudar de ares para compensar um ano seguinte de muito trabalho. No entanto, há sempre os estraga prazeres, e, nesse caso, elas é que estão na minha mira. Festas na praia, principalmente, seguem o mesmo roteiro: palhaços sem camisa , exibindo carrões (geralmente com as prestações atrasadas) para as tolinhas , que - acredite leitor(a)- ovacionam aquelas mentes brilhantes , enquanto desfilam com seus biquínis fio dental. Se só isso fosse o problema, deixaríamos esses tolos caídos por ai. Mas eles não se contentam, precisam estragar a festa dos outros. Esse é o motivo desse texto. Nos jornais de Santa Catarina, as notícias de batidas de carro tomam conta. Quase sempre: jovens mimados e bêbados andam em alta velocidade nas cidades para impressionar as tais garotas e acabam colidindo com outros veículos. Andar nas ruas nessa época do ano é o mesmo dilema: elas se divertem com as aventuras dos bobos -e alegres- em frente à praia;no hospital, as vítimas desses irresponsáveis se multiplicam. Bom, eu sei qual é a puniçao para esses desgraçados, que acabam saindo impunes.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Um bando!

Intoxicados de tecnologia, exercicíos físicos e de moda, os gestores da comunidade (pais, mães, avós, avôs) deliram com as inovações e gozam de corpos esbeltos em troca de aprovação "moral". O problema é que servem de exemplo; crianças, adolescentes e jovens se pautam nessas atitudes, direta ou indiretamente, completando o verdadeiro ciclo do inferno.Hoje, ainda, qualquer manifestação de desgosto com os costumes "modernistas" é moralismo. Sem tendência religiosa da minha parte, mas o papa Bento XVI estava certo quando disse que a pior crise é a moral não a econômica.