
Ninguem nunca se viu longe das tais estórias românticas. Antes mesmo de qualquer escrita ser inventada, estórias foram contadas e recontadas diversas vezes. Algumas até chegam até nós; poucas, hoje a tecnologia tenta erradicar algumas dessas tradições - e consegue. Mesmo antes do romantismo, os folhetins já existiam, mais elitizados , por certo. E hoje, depois da tal escola literária ter popularizado os textos, esses romances são muito atuais. O meu foco é esse. O principal representante dessa literatura : as novelas. Ah, mas nada como José de Alencar, Byron, Goethe, né? Claro que não. Elas só "tentam" representar; mas a platéia ainda aplaude. Daí a causa do artigo. Nenhum problema em se ler, assistir uma ficção; pelo contrário, às vezes é bom se desvincular um pouco da turbulencia cotidiana. Mas quando se sabe que o que está lendo vive no imaginário; tem vida na alma e tudo aquilo que há de mais intrínseco. No entanto, a novela não corrobora com essa linha de pensamento. Nem se disfarça mais o verdadeiro objetivo das telenovelas : propaganda. Por vezes, mais explícito, como a merchandising. Noutras, as estórias mirabolantes, fantasiosas e ilusórias acontecem na "vida real"; ou melhor, distorce-se a realidade para que elas se encaixem. Quem não consegue dividir o céu da terra e entra nessa viagem só encontra decepção. Não é saudável ; não se faz um passeio em meio ao coração e a mente; mas tenta-se se encarnar as realezas nas torres de marfim. Objetivo: alienar as pessoas dos problemas que convivem; e quando se cae na real, o tombo é mais doído. Bem mais. Deixa marcas; mas o povo não quer parar de se drogar. Não se acabam mais - e não vão.