bate-boca saudável

Longe de mim criar um blog para impor opiniões, doutrinas e ideologias. É fato que quem escreve sobre assuntos polêmicos deve assumir uma posição e defendê-la arduamente, considerando as contra-argumentações recebidas como fonte de repertório e não de possíveis desavenças. Todos que se interessarem são bem-vindos

domingo, 17 de janeiro de 2010

A verdadeira simplicidade.

Demorei a postar; estava viajando com um amigo meu. Aliás, que grande viajem! Na mais pura harmonia do sossego, vi-me dentro de uma família diferente, mas não menos especial. Dentro desse contexto, observei pessoas mais simples, outras mais abonadas. Apreendi-me nas mais simples. Num hábito sertanejo, acordam lá pelas 6 da manhã; distribuem na mesa os doces feitos na tarde passada; apreciam o dia como se fosse único, ao lado de um chimarrão quentinho. Mas nem tudo é uma maravilha árcade. Após um almoço bem brasileiro, deliciam-se - agora com mais vontade - das peripécias na televisão. Não que os filmes, programas de rádio, ou sites não influenciem nas nossas vidas, mas a programação televisiva comum é campeã. Não que os abonados não se deixem levar por essa onda (ver artigo anterior), mas alguns se salvam - ainda. Não há escapatória na lista dos canais.Eles nos enfeitiçam: cores e sons estimulantes despertam a atenção da massa; as imagens, por sua vez, garantem o toque mais sútil da hipnotização. Os corpos esbeltos, com músculos torneados à mostra - sempre à mostra - preenchem o palco da tragédia. Os rostinhos sorridentes, cheios de botox e implantes, protagonizam a apresentação. Salvo os jornais e cia, que fazem parte de outra questão, os programinhas (auditório, telenovelas...) mostram as nossas crianças a "felicidade moderna". Banalizam a situação gay, os valores religiosos, os costumes mais tradicionais, por exemplo, - isso, em vários deles -. Propagam que a realização eterna está nas orgias e fantasias sexuais; criam o mundo opressor , preconceituoso para esconder assuntos mais sérios, e que, no fim, consegue se consertar, se adapta as maravilhas do século XXI- como podemos, obviamente, ver, não é mesmo?. Tudo - e é tudo mesmo - besteira. Pior: os adultos não escapam mais. Gozam das piadas e palhaçadas, que germinam, na grande parte das vezes, da desgraça ou ignorancia dos outros. E não é dificil de saber de onde vem tal ignorancia. Não basta saber da nova geração dos celulares, das comidas rápidas sem ter um conhecimento prévio das questões que regem a sociedade. Ou seja, uma informação pode se transformar num projeto alienante, quando não se é apto a julgar, criticar, decifrar, aproveitar o mundo.

4 comentários:

  1. Telejornais também possuem rostinhos sorridentes com implantes e botox! ahahhaha Ta, parei. E eu gosto da 'felicidade moderna' ta, mas tudo bem, eu deixo você gostar de mim hihi

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  2. Concerteza! Os jornais também se encaixam em termos nessa discussão, mas o foco gira mais em torno do sensacionalismo, tendência política.

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  3. Oi, Guilherme, esse seu texto dá pano pra manga... A futilidade dos canais abertos, da mídia sensacionalista em geral, em torno de coisas pequenas demais, como o botox da fulana, o silicone da beltrana, da malhação de não sei de quem, das novelas eternamente iguais... coisas que, na verdade, interessam a pouca gente, a não ser às cabecinhas fúteis, mostram o nível que nos é dado. Agora...consome quem quer, né?!

    Em meu blog, no índice das Crônicas, tenho várias crônicas nesse sentido.
    Bjs e estou seguindo seu blog. Obrigada pela sua visita.
    Tais luso

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  4. Entendo perfeitamente seu ponto de vista tais. Só, às vezes, detenho-me a pensar que aquelas pessoas não tiveram a devida instrução. Não tiveram a oportunidade de discernir os verdadeiros valores. E a continuidade desses programas nos mostra isso: a própria massa se influencia.

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